O presidente da CACB e da Facesp, Alfredo Cotait Neto, defendeu a criação de um fundo de apoio às pequenas empresas exportadoras, como resposta às tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Segundo ele, o aporte é essencial para garantir a sobrevivência destes negócios e preservar cerca de 700 mil empregos.
Em entrevista ao SBT News, Cotait destacou que estas empresas movimentam cerca de meio bilhão de dólares em exportações para os EUA, e teriam dificuldade em redirecionar as vendas para outros mercados. “Elas estão acostumadas a exportar para os americanos. Não conseguem, da noite para o dia, migrar para novos destinos. É preciso preparo e conhecimento do mercado”, afirmou.
Cotait defende que, em troca do apoio, as empresas beneficiadas assumam o compromisso de manter os empregos. “No cenário atual, não podemos aceitar fechamento de negócios ou demissões. O fundo daria fôlego para continuarem operando e buscando novos mercados”, disse.
Medidas do governo
As novas tarifas dos EUA entraram em vigor na quarta-feira (6/8). Sem avanços nas negociações, o governo brasileiro estuda ações emergenciais. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o foco será o crédito com juros subsidiados para pequenas empresas exportadoras. “O plano atenderá, sobretudo, quem não tem alternativas à exportação para os EUA”, afirmou.
Ainda não há data definida para o anúncio das medidas, que dependerá do presidente Lula. Além do crédito, o governo avalia a compra de parte da produção que seria exportada, ou o subsídio à venda desses produtos no mercado interno.
A abertura de novos mercados também está em análise, como o da China, que tem ampliado o interesse pelo café brasileiro.
Em paralelo, o Ministério das Relações Exteriores acionou a Organização Mundial do Comércio (OMC), solicitando consultas formais contra os Estados Unidos.