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Barbalho: Brasil precisa aprender a monetizar a floresta

Notícias 22 de abril de 2024

DO DIÁRIO DO COMÉRCIO

O Brasil precisa se colocar como líder na agenda ambiental para não ser tutelado por quem deseja continuar suas atividades econômicas na Amazônia, imputando ao país apenas a responsabilidade de preservar, mas sem monetizar a floresta para si. E a COP 30, conferência do clima que será realizada em 2025 em Belém, capital do Pará, será o momento para reforçar as oportunidades econômicas e climáticas, e de transformar a região em ativo econômico.

Esse foi o alerta do governador do Estado do Pará, Helder Zahluth Barbalho, que palestrou para empresários na reunião do Conselho Político e Social (Cops), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), na manhã desta segunda-feira, 22/04.

Com um investimento de R$ 4 bilhões, entre recursos do estado, financiamentos e repasse de recursos da União direcionados para as áreas de saneamento, mobilidade e hospitalidade, a conferência será uma oportunidade de "colocar a floresta no centro das discussões", disse.  

"O Brasil, com tudo o que foi produzido e promovido, pode se tornar a 'locomotiva da agenda ambiental do planeta', levando em conta a peculiaridade dos diversos biomas brasileiros, e de ter no território a maior parte da maior floresta tropical do mundo. Mas nos vemos desafiados a encontrar soluções de equilíbrio climático para neutralizar as emissões de carbono."  

Esse mercado, por exemplo, deve gerar 150 milhões de toneladas de créditos só no Pará, que o estado deve comercializar até 2026, e se tornar uma nova commodity, criada a partir das políticas de emissão e redução na região, para que novas operações possam acontecer. 

Porém, para se disseminar, destacou, é preciso construir soluções de equilíbrio, e atuar em duas frentes: mudando suas matrizes e encontrando tecnologias de redução de emissões, e abdicar do perfil industrial, por atividades econômicas vocacionadas a partir da compra do carbono para gerar a neutralização. "E, quando se fala em 'zero', em neutralizar, não é só reduzir emissões, mas capturar carbono para compensar essas emissões", explicou.

Essa é uma das grandes oportunidades, segundo Barbalho, que o Brasil deve enxergar, associada à logística ambiental da transição energética, à incidência solar do litoral, com extraordinária produção eólica, e às plantas diversificadas da região amazônica. 

Além de valorizar a floresta para que possa gerar "empregos verdes", e uma nova economia baseada na natureza, o governador disse que também é possível garantir a conciliação da política de preservação com as nações que vivem na região amazônica. E não há oportunidade melhor para fazer isto no momento em que a COP acontecerá por lá. 

"Ela é o centro de discussão, das urgências ambientais. E precisamos colocar os desafios do Brasil e as soluções que se estruturam para políticas de preservação com desenvolvimento."

O governador reforçou ainda que não se pode admitir para a floresta apenas a responsabilidade da preservação, mas sim agregar valor ao preservá-la, e garantir o financiamento climático da indústria e das atividades econômicas e sociais envolvidas na bioeconomia local. 

"O que não tem valor econômico, se transforma em atravancador das sociedades produtivas", disse. "Floresta viva vale mais que floresta morta, e esse deve ser o legado da COP 30." 

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