Índice Nacional de Confiança se mantém em patamar baixo em setembro, informa Associação Comercial de SP

INC marcou 79 pontos contra 81 em agosto (dentro da margem de erro) e 142 pontos há 1 ano; já no Estado de SP o índice registrou 73 ante 79 em agosto e 119 há 1 ano – região reflete crise industrial   

São Paulo, 9 de outubro de 2015. O Índice Nacional de Confiança (INC) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) registrou 79 pontos em setembro. É a quinta vez, apenas neste ano, que a pesquisa estabelece uma nova mínima histórica, embora a queda de dois pontos em relação a agosto esteja dentro da margem de erro, que é de três pontos. Já em comparação com setembro de 2014, o tombo foi de 63 pontos.

O INC vai de zero a 200 pontos. Entre 100 e 200 pontos está o campo do otimismo e, entre zero e 100 pontos, o campo do pessimismo.

“A manutenção do índice no campo pessimista acontece não apenas por questões econômicas, mas também pelo agravamento da crise política”, diz Alencar Burti, presidente da ACSP e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo). “As instabilidades econômica e política no país dificultam quaisquer perspectivas quanto ao comportamento futuro do INC”, completa Burti.

Encomendado pela ACSP ao Instituto Ipsos, o INC de setembro foi elaborado a partir de entrevistas domiciliares em todas as regiões brasileiras, feitas entre os dias 14 e 30 de setembro.

Série

Em 2015, o INC anotou 137 pontos em janeiro, 128 em fevereiro, 117 em março, 103 em abril, 105 em maio, 100 em junho, 84 em julho (primeira vez que entrou no campo pessimista - abaixo dos 100 pontos) e 81 em agosto.

Regiões estáveis, mas SP em queda

Em setembro, a região Sul foi a única em que o INC subiu em relação ao mês anterior, mas dentro da margem de erro: 77 pontos ante 76. Quanto às demais áreas, foram registrados 72 pontos no Sudeste (76 em agosto), 87 no Nordeste (igual a agosto) e 76 no Norte/Centro Oeste (77 em agosto).

O Instituto Ipsos também calcula o INC no Estado de São Paulo. Em setembro, a confiança do consumidor paulista marcou 73 pontos, um recuo de seis pontos sobre agosto. Para a ACSP, a queda mais acentuada neste Estado, quando se compara com o INC nacional, pode ser explicada pela forte dependência da região com relação à indústria – um dos setores que mais sofrem com a crise, conforme mostram os últimos dados oficiais de produção industrial e desemprego no setor. Há um ano, o INC do Estado de SP foi de 119 pontos.

Insegurança no emprego

Para compor o INC, o Instituto Ipsos ouve os consumidores brasileiros acerca de assuntos como emprego, intenção de compras e percepção quanto a suas situações atuais e futuras. Em setembro, os cenários ficaram estáveis sobre agosto.

Quando perguntados sobre seus empregos, apenas 15% dos entrevistados em setembro disseram se sentir seguros no trabalho, enquanto 55% estavam inseguros. Além disso, os consumidores ouvidos conheciam uma média de 4,5 pessoas demitidas. 

O INC também mensurou como os brasileiros avaliam sua atual situação financeira: 23% classificavam-na como boa e 53% como ruim.

Em relação ao futuro, 32% dos respondentes disseram acreditar que sua situação financeira vai melhorar nos próximos seis meses. Por outro lado, 34% acreditam que vai piorar.

Esse pessimismo impacta diretamente na disposição do consumidor em comprar. Em setembro, 17% dos entrevistados se disseram à vontade para comprar eletrodomésticos, enquanto 63% estavam inseguros. Já 67% não queriam se comprometer com uma compra maior, como casa ou carro.

Classes

A classe AB continua avançando no campo pessimista. Em setembro, a confiança desse grupo chegou aos 69 pontos, novo recorde negativo. São três pontos a menos que em agosto.

Na classe C também houve piora do quadro: 80 pontos em setembro frente a 82 no mês anterior. Já a classe DE apresentou redução do pessimismo: o INC desse grupo socioeconômico subiu dois pontos em relação a agosto, chegando a 84 em setembro.

Todas as variações nas classes sociais, porém, estão dentro da margem de erro da pesquisa.

O INC

A pesquisa foi elaborada a partir de 1.200 entrevistas domiciliares em 72 municípios do país, por amostra representativa da população brasileira de áreas urbanas (Censo 2010 e PNAD 2013), com seleção probabilística de locais de entrevista e cotas de escolha do entrevistado, ambas baseadas em dados oficiais do IBGE. O INC da ACSP/Ipsos começou a ser elaborado em abril de 2005.  

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Renato Santana de Jesus
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